nunca és tu que escolhes

a tua obsessão com pequenos desertos de papel por desbravar e uma sede imensa de silêncio a percorrer-te as mãos

ofegante, lanças-te em direção a um horizonte trémulo e esvais-te em suores lunares feitos de uma noite coada pelo lento correr das horas

a inquietação constante a murmurar nas esquinas
como o sopro subtil da criação
um murmúrio ditado numa língua desconhecida mas que faz sentido

eis-te, então, perante um dilema
rendes-te ou lutas?

por vezes rendes-te
por vezes lutas

mas de todas as vezes nunca és tu que escolhes

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