sem título

dás por ti coberto de uma pele que nem sabias ser a tua
pelos poros uma lembrança insiste em invadir-te
e pelos lábios uma água nova inundou-te com fogo
afogas-te nessa noite recente onde um relâmpago clareou um chão de sala, um sofá e dois copos vazios
porque há sedes que não se saciam

na tua boca e nas tuas mãos ainda sentes a sombra incandescente de uma flor cor de verão que brotou de surpresa gravando no olhar a sua silhueta leve e desconcertante

já te perdeste
não há mapas nem bússolas nestas coisas

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