dos extremos



fossem antes nevoeiros ou tons cinzentos de penumbra difusa e indefinida

fossem dúvidas e incertezas definitivas

mas não

são o breu mais denso imaginável
ou são o total encadeamento de luz

é a mais desoladora desilusão
ou o encantamento final da tua beleza

não há meio termo nem há consensos ou compromissos

no fundo, o que há é tudo e nada

o silêncio ou a poesia toda do mundo

o teu rosto ou o derradeiro esquecimento

2 comentários:

Anónimo disse...

Por um lado, triste e pesada condenação.
Por outro, a luz que é vida.
No meio da ponte ninguém fica - não se pode ter o melhor de dois mundos, já se sabe.
Concluir com isto que só um louco teria dúvidas na escolha, caro amigo - estamos aqui para ser felizes.
(Mas já se diz que ser poeta é ser triste).

Filipe disse...

"só um louco teria dúvidas na escolha", o louco não tem dúvidas, o louco apenas não escolhe.