trovões silenciosos

 
 
é em certas esquinas de espuma e chumbo que se formam os trovões silenciosos
ondas profundas da alma onde cardumes de peixes por inventar nadam em uníssono
como vagas de harpas em mãos de sereias sem rosto
ah como sonho em ser um desses lobos do mar que o sol queima
e cuja pele é esculpida camada a camada até serem estátuas de sal negro onde no lugar dos olhos está somente
o oceano inteiro
relâmpagos cegos que desenham a noite num breu tão denso que nos chega apenas o rumor do possível 

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