onde tudo se repete

Escondo-me nas sombras de uma esquina. Espio-te cá de baixo olhando tua janela iluminada. Metido dentro da neblina fina da noite, aguardo que venhas espreitar a rua silenciosa. Teu vulto deve passear no quarto, adivinho-o nos contornos das penumbras breves. Acabas por apagar a luz e fechar as cortinas, mergulhas de vez em escuridão. Aventuro-me uns passos fora, esticando o pescoço em vã esperança. Não será esta noite que te visitarei enfim. Talvez amanhã, talvez. Faço-me à rua, passo ante passo em direção ao amanhã onde tudo se repete.

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