do primeiro mergulho do ano

na volta dos anos, no interminável regresso do apelo da água, do sol e do sal,
das vagas do calor que me inundam o corpo, do silêncio quente sob o zénite, das brisas rasteiras junto à toalha, dos olhares descansados que se lançam ao horizonte, seja ele o que está lá longe ou logo aquele que se distrai ali junto aos pés molhados,
dos passos leves rangendo a areia que pisam, dos gritos alegres dos mais pequenos que rasgam o ar de cima a baixo,
das rugas trilhadas sobre a água reflectindo a luz do dia e espelhando-a à nossa volta até ao mais fundo da alma
comunhão serena do espírito com o tempo que se nos escapa dia-a-dia,
o primeiro mergulho é o acerto do relógio profundo

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