Ar, água, fogo e terra

Um a um. Afinal não fecho portas. Deixo-a entre-aberta com um artigo de cada vez. Está sempre ali o arquivo para quem nada tem que fazer e gostar de vasculhar.
O Outono veio e invernou-se. Lembra-me a Bélgica, embora por cá o vento seja mais temperamental. Nas canções de Brel, mesmo quando ele fala do vento, a melancolia é algo de natural, por cá não existe tanto, é mais monotonia. Mas entendam-me, quando uso os substantivos (melancolia, monotonia) não penso em adjectivá-los (bons ou maus), as palavras não têm sentimento, somos nós que os metemos lá dentro. Por isso, se digo melancolia ou monotonia, leiam essas palavras sem juízos de valor nem procurem adjectivá-las. São o que são no vazio do seu próprio dizer. E se por acaso no fim restar um certo sabor cabisbaixo neste texto de outono invernal, desenganem-se, tudo é ar, água, fogo e terra, já diziam os alquimistas.

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