Bullying

Chamar as coisas pelos nomes é uma necessidade humana. O problema está quando a coisa não se presta a nomes (várias razões poderão estar na origem desse problema, um dos quais, é essa coisa já ter nome ou não existir). Vai-se a outras línguas ou inventa-se.

Violentar, aterrorizar, humilhar, torturar, já são verbos concretos, mas há fenómenos que acarretam algo mais e a dificuldade de nomear esse "algo mais" é que inquina. Ou então, não é um fenómeno mas antes uma série de casos diferentes que aparentam ter algo em comum.

Opta-se então por pedir a estudiosos que nomeiem esse "algo mais", e mergulhamos na sociologia e psicologia. Depois desse "estudo" mete-se os políticos ao barulho e decreta-se contra o que foi finalmente nomeado. Mas os decretos não valem por si só e valem ainda menos se são decretos contra algo que não existe (o fenómeno e não os casos específicos, esses bem reais).

No fundo o que quero dizer, é que me parece, que isto agora do bullying é o escape do momento para fugir aos problemas reais da Escola. A mediatização de certos casos ajuda a isso mesmo. A Escola perdeu valores e códigos de conduta na exacta medida em que esses valores e códigos se perderam em Casa e na Rua.
Algures, após a conquista do bem maior da Liberdade e o dia de hoje, perdeu-se uma certa forma de respeito. A tolerância é bem mais difícil de praticar do que o seu contrário, o sentido de comunidade é mais complexo que o ajuntamento tribal momentâneo, ou o individualismo consciente bem mais difícil do que o egoísmo primário.

Mais funcionários (agora têm outro nome), mais pedo-psiquiatras, mais decretos, mais condenações (agora qualquer porrada na escola vai ter este nome, vai ser uma maravilha castigar os alunos difíceis, mesmo se não praticam nada que se pareça ao bullying), mais vitimizações (o ridículo discurso "são todos vítimas, agredidos e agressores), mais professores de baixa, etc, etc.

Belo futuro nos aguarda sim senhor.
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1 comentário:

MAR disse...

Não tirando toda a seriedade de que este assunto se reveste, seja qual for o nome que lhe dão, uma coisa é certa: total perda de valores sociais, total perda de valores familiares, total perda do fundamental papel educativo da escola na pessoa dos seus docentes e discentes!

é realmente assustador o futuro!